Governo lança plano de ação para o desenvolvimento da nanotecnologia e da indústria 4.0 no Brasil

5 de outubro de 2018

Plano foi desenvolvido a partir da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) - Foto: Ascom/MCTIC

Plano foi desenvolvido a partir da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) – Foto: Ascom/MCTIC

 

Com o objetivo de definir as estratégias do País para o desenvolvimento da nanotecnologia, da fotônica, de materiais avançados e da manufatura avançada, o governo federal lançou o Plano de Ação de Tecnologias Convergentes e Habilitadoras.
 
O plano identifica também áreas em que prioritariamente deve haver investimento na nanotecnologia: saúde e meio ambiente; defesa e segurança pública; energia e mobilidade; agricultura; descoberta inteligente de novos materiais; e mapeamento geológico marinho.
 
Elaborado a partir da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti), o plano foi construído pela pasta por meio de suas agências – Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Instituto Brasileiro de Nanotecnologia (IBN) e Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNano) – e deve ser executado até 2022.
 
O documento coloca como grande desafio fortalecer o que chama de um “ecossistema de nanotecnologia”, em que centros de pesquisa, laboratórios, programas nacionais possam prover soluções para empresas e agentes com vistas a aplicar essas inovações no mercado em diversas atividades econômicas.
 
“Esse é um desafio para Ciência e Tecnologia. Avançamos na produção de conhecimento tecnológico, mas nos rankings de inovação nosso país precisa evoluir mais. Faremos isso por meio da integração dos centros de pesquisa e o setor privado, inserindo novas empresas nas cadeias globais de nanotecnologia”, disse o secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação do MCTIC, Maximiliano Martinhão.
 
O presidente substituto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, reforçou a necessidade de ampliar a integração entre a ponta responsável pela produção de conhecimento e as empresas que muitas vezes demandam ou podem melhorar sua atuação no mercado com a uso aplicado dessas inovações. “Entre setor industrial e pesquisa básica tem o ‘vale da morte’ que temos que resgatar”, afirmou.
 
Além dessa integração, o plano lista outros desafios para fortalecer o desenvolvimento da nanotecnologia no país: o financiamento limitado para pesquisa, a comercialização de nanoprodutos, o pouco fomento específico para essas soluções tecnológicas, e o baixo suporte a ecossistemas e redes regionais. Áreas
 
O plano elenca possibilidades de inovações em diversas áreas. Na de saúde é possível desenvolver soluções em implantes ortopédicos, próteses endovasculares, materiais dentários, pequenas estruturas para diagnóstico e monitoramento de doenças e nanobiomateriais para engenharia de tecidos humanos.
 
No setor de segurança, a nanotecnologia pode ser aplicada em blindagem balística, soldagem de metais e cerâmicas, sensores avançados e proteção térmica, entre outros.
 
Na área de energia, a nanotecnologia pode contribuir nas pesquisas sobre biocombustíveis, eletricidade solar, energia nuclear e eólica, além de armazenamento. Na agricultura, podem ser desenvolvidos recursos técnicos como nanosensores para monitorar as condições do solo, sistemas de detecção de agroquímicos e regulação de crescimento de plantas e das doses de água.
 
Um dos setores de ponta é o que vem sendo chamado de “descoberta inteligente de materiais”. Pela análise de substâncias e propriedades de materiais, sistemas inteligentes coletam dados e os processam usando recursos como aprendizagem de máquina (machine learning). Com esses recursos, o tempo de pesquisa e uso de um material poderia cair de 10 para três anos, com ganhos de escala e redução de custos.
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